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"Artista de circo, que faz pilhérias e momices para divertir o público, pessoa que, por atos ou palavras, faz os outros rirem". É assim que o dicionário de língua portuguesa define o vocábulo palhaço. Na prática, quem já foi a um circo ou teve a oportunidade de assistir às brincadeiras desse artista numa praça ou na TV, sabe bem que essa simples definição não consegue transmitir toda a magia e a alegria que o palhaço proporciona. Em homenagem a este artista do riso, no dia 10 de dezembro comemora-se o dia universal do palhaço.
Com suas roupas coloridas e descombinadas, seu sapato de nadador, um nariz redondo e vermelho e a cara pintada, muitas vezes os palhaços não precisam sequer abrirem a boca para provocarem o riso. As brincadeiras são geralmente à base de mímicas, com trapalhadas, piruetas, tombos e pulos que animam qualquer espectador. São as crianças as que mais se divertem com as brincadeiras desse condutor de sonhos, compenetradas e imóveis elas conseguem embarcar na fantasia do circo e sorrirem com sinceridade a cada palhaçada.
Saiba mais 1 :
O inicio do circo
A cultura circense se enraíza pelos vários eventos da antiguidade, como as Grandes dionísias e os jogos nos Circos Romanos. Mas é aPhilip Astley que se atribui a criação do circo que conhecemos hoje. Ele era suboficial da Cavalaria das Forças Armadas Inglesa. Muitos oficiais da cavalaria já se apresentavam nas ruas a muito tempo, mas a grande ideia de se etabelecar um local fixo foi dele. O formato circular ajudava os acrobatas a praticar suas acrobacias mais facilmente enquanto o cavalo corria em círculos. Astley construiu uma estrutura de 13m de circunferência em um local fechado. Os espetáculos de rua passaram a acontecer dentro deste local e a cobrar ingresso. Os cavaleiros das forças armadas inglesa podiam agora continuar trabalhando mesmo depois de aposentados. A aproximação dos oficios de hipismo, com outras artes de ruas deram também forma a varias outras modalidades. Como o Music hall e diversas formas teatrais, com pantomimas, adaptações de commedia dell'arte e melodramas. Não demorou para que outros artistas também integrassem às atrações do novo estabelecimento de Astley. Os palhaços começaram a aparecer no seu local mais conhecido atualmente, o circo. O palhaço mais importante foi Mr. Merryman, que atuava a cavalo. Com o desenvolvimento da arte do palhaço, várias partes do mundo adaptaram o personagem ao seu próprio estilo, fazendo surgir novas figuras, como o palhaço Augusto, o Excêntrico, o Vagabundo, o Mímico e o Branco. Cada tipo um possui características próprias e marcantes.
Tipos de palhaço
O Clown é um personagem múltiplo, e as vezes nem é visto um personagem, mas sim como um estado, o estado de clown. Com isso a multiplicidade de tipos e modos de se exercer o oficio são inúmeras. Desde personagens mais obvios como o Bozo até os comediantes mais sutis como Mr. Bean. Mas no decorrer da historias, certos tipos se consolidaram e se estruturaram com características fixas.
Branco e Augusto
Augusto é o tipo mais conhecido no Brasil. É extravagante, absurdo, pícaro, mentiroso, surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo infantil. É desajeitado e desastrado, tornando sua atuação desajeitada e deselegante. É inoportuno em sua tentativa de socializar-se, mas acaba por conquistar com sua simpatia e brincadeiras. Diversas lendas coincidem a fazer nascer o personagem no Circo Renz de Berlim (1865), encarnado por um tal August, um moço de jeito enfadonho e beberrão — de onde vem o nariz vermelho. Diz a lenda que ele era um cuidador de cavalos e um certo dia, como era alcoólatra, entrou no palco bêbado. Como as pessoas na Europa costumam ser muito brancas, quando bebem avermelham o nariz e as maçãs do rosto., muitos dizem que deriva-se daí o nariz de palhaço e a maquiagem. É esse o espirito do Augusto, brincalhão e que faz bastante algazarra. Ainda na mesma lenda, diz-se que o companheiro do Augusto entrou para tentar tirar o amigo do picadeiro, sóbrio tenta de todo jeito fazer o amigo se regrar. É daí que se acredita que nasceu o Branco. Outra versão diz que o termo augusto é de raiz alemã. No caso seri o alemão Tom Belling que teria entrado à cavalo e feito uma apresentação desastrosa. Então a plateia gritou Augusto! Augusto!" que em dialeto berlinese, significa pessoa que se encontra em situação ridícula. Ele é uma grande hipérbole. Tudo é grande, suas roupas, seu nariz, seus sapatos.
O Branco é o inverso do Augusto. Também chamado Carabranca, Pierrot, Enfarinhado e Esperto ou Sério. Em vários circos do Brasil ele é conhecido como Escada. O tipo nasceu na Inglaterra em meados do século XVIII, com Giuseppe e Joe Grimaldi, costumava aparecer maquiado de branco e vestido num elegante vestido brilhante. Seus trajes são seu grande diferencial, já que sua elegância revela um clown aristocrata, que, quando contracena com outros palhaços, toma o controle da situação.
Os dois formam a dupla mais tradicional de palhaços, com um contrasto apolíneo e bacante, de ordem e desajuste. A esquerda vemos uma das duplas mais famosas de Branco e Augusto. Os palhaços Foottit e Chocolat, do final do sec. XIX.
Saiba mais 2 :
A palavra Palhaço deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, que era o material usado no revestimento de colchões. O nome começou a ser usado porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano e revestimento dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro "colchão" ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e estripulias. Já a palavra Clown é de origem inglesa e tem origem no sec. XVI. Deriva-se cloyne, cloine, clowne. Etimologicamente vem de clod, que em inglês significa "camponês" e ao seu meio rústico, a terra (estúpido, cabeça-dura, bronco). O termo em inglês é amplamente utilizado, por conta da influencia do britânico Philip Astley. NoBrasil existe uma divergência teórico-semantica para com essas duas palavras. Alguns teóricos apontam que os dois termos indicam uma mesma coisa, já outros dizem que cada termo remete a uma escola de pensamento diferentes..
O clown (ou palhaço) é lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil. O clown não interpreta, ele simplesmente é. Ele não é uma personagem, ele é o próprio ator expondo seu ridículo, mostrando sua ingenuidade. Na busca desse estado, o ator, portanto, não busca construir um personagem, mas sim encontrar essas energias próprias, buscando transformá-las em seu corpo. Para tanto, cada ator desenvolve esse estado pessoal, de clown, com características particulares e individuais.
Embora vinculado aos circos, o palhaço pode atuar também em espetáculos abertos, em teatro, em programas de televisão ou em qualquer outro ambiente. Em várias ocasiões é o personagem que tem a tarefa de entreter o público durante, e com frequência, entre as apresentações, especialmente no circo. É geralmente vestido de um jeito engraçado, com trajes desproporcionados e multicoloridos, com aplicações de pinturas (maquiagens) especiais e acessórios característicos. Entretanto, há diversos tipos de palhaço, como o melancólico, romântico, bufão, tramp (mendigo), etc.
Na linguagem comum, o termo também pode ser referido como uma característica do comportamento de uma pessoa não confiável ou não acostumado a levar a sério um argumento.