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O Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi criado para relembrar o combate à doença e despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas.
Foi a Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que instituiu a data de 1º de dezembro. A decisão foi tomada em outubro de 1987. No Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministro da Saúde.
A cada ano, diferentes temas são abordados, destacando importantes questões relacionadas à doença. Em 1990, por exemplo, quando a Aids ainda era mais disseminada entre os homens, o tema foi "A Aids e a Mulher". Em 1997, foi a vez de as crianças infectadas serem lembradas. A importância da família e da união de forças também já foram destacadas como importantes aliados da luta contra a Aids.
Saiba mais 1:
Informações do livro "A Aids", parte da coleção "Folha Explica", escrito por Marcelo Soares, doutor em genética pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pela Universidade do Alabama, com tese sobre a síndrome.
A história registra inúmeros eventos catastróficos, pontuando a ocupação humana da Terra. Mais recentemente, a mídia moderna tem contribuído para expandir os limites do tolerável e dar continuidade dramática a esses relatos sombrios. Dentre certos religiosos fervorosos, há quem diga que as catástrofes foram ou são castigos de ordem divina, em decorrência da indignidade humana. Eventos de ordem médica abrangem a peste negra, que assolou a Europa na Idade Média, a gripe espanhola do começo do século 20 e o câncer dos dias atuais. Esse último, em especial, foi até há pouco tempo tachado como "o mal do século", e vem sendo alvo de imensa atividade médica e científica, em busca de uma cura definitiva.
Nenhuma dessas doenças, entretanto, teve conseqüências tão devastadoras, em nível social, econômico e político, e num tempo tão relativamente curto, como a Aids, também conhecida como Sida ou "síndrome da imunodeficiência adquirida" (o termo Aids vem do inglês acquired immunodeficiency syndrome). Em pouco menos de 20 anos, a Aids já foi responsável por cerca de 19 milhões de óbitos no mundo inteiro. Somam-se a esses os quase 34 milhões de portadores vivos de Aids no planeta. Acredita-se que grande parte desses indivíduos não sobreviverá, pois vive em países que são estrutural e economicamente incapazes de prover tratamento.
Supondo-se que a Aids fosse controlada hoje (o que é obviamente uma impossibilidade) e somente esses dois números juntos totalizassem o seu número de mortes, ela seria responsável por mais de 53 milhões de óbitos. Esse número ultrapassa qualquer calamidade pública já vivida pelo homem, seja ela de caráter natural, médico ou social. A peste negra, por exemplo, matou de 22 a 45 milhões de pessoas na Europa. Mesmo a gripe espanhola, talvez a mais grave epidemia conhecida até então, matou cerca de 21 milhões de pessoas entre 1918 e 1919.
É importante ressaltar também que tais números são agravados pela contemporaneidade da Aids e pelo seu modo de transmissão, ou sua patologia. A Aids ocorre no nosso tempo atual, em que dispomos de tecnologia e conhecimentos não disponíveis, por exemplo, na Idade Média ou no começo do século 20, quando a peste negra e a gripe espanhola nos assolaram. Possivelmente, com as nossas atuais 'armas', seríamos capazes de frear em grande escala essas outras doenças. Além disso, a Aids não é uma doença transmitida pelo ar ou por contato físico simples (como veremos mais adiante), assim como também leva um tempo consideravelmente longo para se manifestar e matar. Não fosse esse o caso, possivelmente já teríamos nos extinguido da face da Terra, visto que virtualmente todos os países e grande centros urbanos do mundo já relataram casos de Aids.
Saiba mais 2:
10 curiosidades sobre a Aids
• Fonte: Guia dos curiosos
1. O cientista americano Dr. Robert C. Gallo descobriu o primeiro retrovírus humano, o HTLV, em 1979. Ele observou que a doença era transmitida por contaminação sangüínea, por relações sexuais, e de mãe para filho no momento do parto. Em 1982, o pesquisador registrou um segundo retrovírus humano, o HTLV-2. E após mais estudos, anunciou a descoberta do HTLV-3, que afirmou ser o causador da Aids. Paralelamente a isso, a equipe do professor Jean Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris, identificou outro retrovírus, com características diferentes do HTLV-1 e 2, mas que era transmitido da mesma forma, o LAV (Lymphadenopathy Associated Vírus, ou Vírus Linfadenopático da Aids). Houve muitas discussões entre os dois grupos de cientistas pelo reconhecimento da paternidade do vírus causador da Aids. Após muita controvérsia, em maio de 1986 as partes chegaram a um entendimento em que ambos os vírus passariam a ser conhecidos apenas como HIV - Human Immunodeficiency Virus. Hoje, porém, sabe-se que o HTLV-3 foi uma renomeação do vírus descoberto pela equipe de Montagnier, fato reconhecido pelo Dr. Robert Gallo.
2. Em 1986, as equipes do Instituto Pasteur e da Universidade de Harvard descobriram na África Central outro agente causador da Aids, o HIV-2, semelhante ao HIV-1, porém menos agressivo. E acredita-se que ambos podem ter evoluído do mesmo progenitor. Testes feitos no cadáver de uma chimpanzé também detectaram um vírus muito semelhante ao HIV. Não havia sido feita nenhuma pesquisa sobre Aids no animal e ele nunca recebera sangue humano. Dessa forma, pesquisadores acreditam que o HIV tenha se desenvolvido, provavelmente por mutação natural, a partir do Vírus da Imunodeficiência Símia (SIV). Ainda não se sabe como o vírus se transferiu do macaco para o homem, mas pode ter sido pela ingestão da carne crua do chimpanzé infectado, por ferimentos em lutas corporais, por zoofilia ou por utilização de sangue ou órgãos do animal no desenvolvimento de vacinas.
3. Aids (Acquired Immunodeficiency Syndrome) é a sigla em inglês para Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Sida), provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Esse vírus destrói o sistema de imunização das células, fazendo com que a imunidade vá diminuindo progressivamente, e tornando a pessoa suscetível a outras doenças. Uma pessoa contaminada com o vírus pode ficar anos sem ter sintomas.
4. Até 1982, a doença era conhecida como GRID, sigla para "Gay Related Immune Deficiency" ("Deficiência Imunológica Relacionada com Gays"). Quando se descobriu que o vírus também atacava heterossexuais, o nome foi mudado.
5. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em 2008, 2,2 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência da Aids.
6. Segundo dados da Unaids, órgão da ONU para o combate à Aids, aproximadamente 30 mil pessoas são infectadas no Brasil todos os anos. O País tem 40% dos infectados de toda a América Latina. Uma boa notícia: 95% dos soropositivos brasileiros têm acesso a tratamento.
7. Uma pesquisa do Ministério da Saúde realizada em 1999 revelou que oito em cada dez homens, na faixa etária de 25 a 40 anos (portanto, a mais ativa da população), fazem sexo sem camisinha.
8. O uso da camisinha cresceu nos últimos anos. As 53 milhões vendidas no Brasil em 1992 saltaram para 300 milhões em 1998.
9. O IBGE calcula que existam cerca de 50 milhões de brasileiros na faixa etária de 15 a 69 anos. Ou seja, as 300 milhões de camisinhas vendidas indicam que cada homem em idade sexualmente ativa consome apenas seis preservativos por ano.
10. Em 1999, o Núcleo de Estudos para Prevenção da Aids, da USP, anunciou que 71% das mulheres soropositivas tinham contraído o vírus por meio do marido ou parceiro fixo, com quem se relacionavam havia mais de um ano.